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Pequenos negócios recorrem às fintechs em busca de crédito

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Claudia Amira, Diretora Executiva da ABCD – Associação Brasileira de Crédito Digital*

 

No Brasil, de acordo com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), há 6,4 milhões de pequenos negócios. Nos últimos anos, com o crescimento do desemprego, que continua elevado, os empreendedores por necessidade tornaram-se numerosos. São aqueles empresários que foram forçados a abrir um negócio, já que, na impossibilidade de encontrar um emprego, viram no empreendedorismo a única forma de encontrar seu sustento.

Os pequenos negócios consistem nas micro e pequenas empresas (MPEs) e nos microempreendedores individuais (MEIs). É, aliás, essa segunda modalidade que mais concentra os empreendedores por necessidade, já que o faturamento máximo anual autorizado é mais baixo: até R$ 81 mil. Uma característica em comum desses empresários é a inexistência de garantias, especialmente as reais, como imóveis, para oferecer em troca de empréstimos e financiamentos. As MEIs, geralmente, não contam com funcionários. É o dono do negócio que executa todas as tarefas.

As MPEs respondem por cerca de 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado e costumam ter uma estrutura de negócio mais desenvolvida, embora distante das grandes empresas. Essa porcentagem demonstra a relevância das MPEs para a geração de empregos. Neste momento, ainda que o desemprego tenha caído, quase 12 milhões de pessoas continuam sem uma ocupação formal.

Com a aprovação da Reforma da Previdência, a confiança voltou. De acordo com o Índice de Confiança dos Pequenos e Médios Negócios, calculado pelo Centro de Estudos em Negócios do Insper em parceria com o banco Santander, o avanço da confiança sobre o desempenho da economia no terceiro trimestre do ano passado, na comparação com o anterior, foi de 2,6%. Ao analisar as informações que compõem esse índice, os pequenos e médios estão insatisfeitos com as linhas de crédito disponíveis no mercado. Para 19,1% deles, deveria haver ampliação dessas linhas como forma de contribuir para o desenvolvimento das pequenas e médias empresas.

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Nos últimos anos, as fintechs de crédito vêm ocupando esse espaço no mercado como alternativa ao sistema tradicional. O trabalho está sendo bem-sucedido. A capacidade de tomar crédito de cada pequeno e médio empresário é analisada de forma individual com o auxílio da tecnologia. Algumas associadas da ABCD (Associação Brasileira de Crédito Digital) registram por dia mais de 1,5 mil solicitações de pessoas jurídicas em busca de crédito mais barato, rápido e com atendimento sob medida.

As taxas mais atrativas, que podem ser até 70% menores do que as oferecidas pelas instituições financeiras tradicionais, a liberação rápida do crédito (muitas vezes, no mesmo dia) e o perfil colaborativo das fintechs explicam sua ascensão. Há fintech de crédito que, além de oferecer o empréstimo solicitado, fornece uma consultoria sobre o negócio e dá dicas ao tomador do crédito sobre como, por exemplo, administrar o fluxo de caixa, utilizando para isso um relatório de saúde financeira. Ainda hoje, não são raras as empresas que usam modalidades caras de crédito como cheque especial e rotativo do cartão de crédito para cobrir despesas do dia a dia.

Segundo as associadas da ABCD, o empreendedor, ao recorrer ao crédito, tem quatro necessidades principais: compra de estoque para datas especiais – e de maior movimento – como Natal, Dia dos Pais e Dia das Mães; expansão física do negócio; compra de equipamentos e capital de giro.

Há modalidades de crédito diferentes do empréstimo. Uma delas é a antecipação de recebíveis, também oferecida pelas fintechs de crédito, que consiste na possibilidade de o empreendedor transferir o crédito a ser recebido para uma fintech por meio da cessão de uma duplicata. Ao fazer isso, o empresário é remunerado pela fintech antes do prazo de vencimento do título. Ele não precisa, portanto, aguardar o vencimento da duplicata, que pode levar de 30 a 90 dias, para receber o dinheiro.

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Nessa transação, a fintech faz o desconto de uma parte do valor como custo da operação de antecipar o crédito. As instituições financeiras tradicionais costumam exigir produtos atrelados à antecipação de recebíveis, como abertura de conta e dinheiro investido. Nas fintechs de crédito, não há qualquer exigência.

Cada vez mais, as fintechs de crédito, com foco nas pessoas jurídicas, estão se tornando uma excelente alternativa para MPEs e MEIs, que, como vimos, buscam atendimento de qualidade, serviços customizados e taxas diferenciadas.

 

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